Casa geminada, Sobrado, Bangalô, Loft, Edícula, Puxadinho, Flat, Quitinete, Apartamento Studio, Apartamento e Vila são terminologias ligadas às unidades residenciais. Cada termo possui suas particularidades como o seu uso, história e construção. Veja abaixo as principais tipologias usadas no Brasil:
Casa geminada (lat. “gemini”, gêmeos) é a construção de duas ou mais casas ligadas umas as outras, que dividem proporcionalmente o lote de acordo com a quantidade de unidades. É um tipo de residência simétrica que compartilha a estrutura, alvenaria e telhado com outra, com o mesmo arranjo interno invertido uma à outra. Geralmente, estas unidades formam um condomínio. Esses imóveis conseguem ser bem mais baratos tanto na construção quanto na venda, já que são feitos em série, o que dá ao construtor um valor bem menor do que os outros tipos de imóveis. Agrega valor ao imóvel e cresce o capital.
Sobrado é um tipo de edificação constituída por dois ou mais pisos e com relativamente grande área construída. Na época do Brasil colônia os sobrados eram as residências dos senhores nas cidades e marcaram o início de uma tímida urbanização do Brasil. No período anterior, o antagonismo existia entre a casa-grande e a senzala, enquanto aos sobrados se opunham os mucambos, que eram residências das camadas mais pobres da sociedade. A expressão surgiu de forma natural a partir dos sobrados construídos nas cidades mineiras(especialmente durante o Ciclo do Ouro), normalmente caracterizadas por uma topografia tipicamente chamada de “mar de morros”: as construções eram realizadas a partir do nível mais alto da rua, de forma que “sobrava” um espaço sob o piso principal da edificação. Com o tempo, este nível inferior passou a ser considerado o piso térreo, vindo a caracterizar os “sobrados”. Atualmente, dá-se o nome de sobrado a qualquer residência com mais de um piso, podendo ser até mesmo uma locação comercial.
Exemplo de Sobrado
Bangalô é um tipo de casa de um só andar, muito popular na América do Norte. Ela significa “bengali”, no sentido de “casa no estilo de Bengala”.Essas casas eram tradicionalmente pequenas, de um só andar e tinham uma varanda. Os bangalôs modernos são um tipo de casa normalmente de um andar ou um andar e meio, e podem ser muito grandes. Na Índia, o termo Bangalô refere-se a qualquer residência pertencente a uma só família, em oposição ao edifício de apartamentos, que é a típica residência das classes médias urbanas. Nesse país, possuir um bangalô é símbolo de status.
Lofts contemporâneos têm projetos arquitetônicos inspirados no estilo de morar que nasceu em Nova York na década de 1970. Lá, velhos galpões e armazéns de edifícios foram reformados para servir de moradia para profissionais liberais, artistas, publicitários e executivos. Os lofts de Nova York eram conhecidos por não terem paredes dividindo os ambientes, pelos mezaninos de madeira ou ferro e seus grandes elevadores de carga, além de pés-direitos altos e grandes janelas. Os espaços foram concebidos com inspiração nos lofts criados pelo arquiteto francês Le Corbusier, na década de 1920
A partir de 2000, tem sido mostrados em revistas e mostras de decoração como a Casa Cor, no Brasil, espaços denominados como loft, onde o nome é justificado, pelo plano aberto (en:open plan) integral, ou seja, pela ausência de divisões tanto verticais (mezanino), como horizontais (particionamento). O conceito de loft continua evoluindo, incorporando novos elementos tais como, eficiência energética, sustentabilidade, design universal e acessibilidade. Tal é a quantidade e diversidade de adjetivos que estão sendo adicionados, que é provável que ainda demore para que loft deixe de ser sinônimo de inovação.
Edícula, em seu significado comum no Brasil, significa uma casa pequena, localizada no fundo de um terreno, normalmente dispondo apenas de um dormitório, sala, banheiro e cozinha e ocasionalmente uma garagem, com uma área de serviço externa e comumente com saída independente da casa principal. Em algumas regiões do Brasil seu sinônimo é a meia-água.
Exemplo de Edícula
Puxadinho é uma construção irregular (sem aprovação legal nos órgãos públicos), que se apresenta como uma extensão ou anexo em um imóvel. Uma forma de construção informal através da qual a população de baixa renda resolve o problema de espaço sem investir muito em uma reforma completa ou na compra de um outro imóvel de maior tamanho. Quando se torna necessário abrigar mais pessoas na casa ou atender a outras necessidades pontuais, faz-se um puxadinho, isto é, mais um cômodo (geralmente um quarto), em muitos casos feito sem preocupação estética com o acabamento – pois, geralmente, não se faz o reboco ou a pintura – mas apenas funcional, aumentar o imóvel. O puxadinho diferencia-se da edícula em função de esta normalmente possuir uma saída independente da casa principal e ser uma unidade habitacional autônoma. Este, ao contrário, não costuma ser autônomo em função de sua origem.
Flat, utilizado no Brasil há pelo menos 200 anos, traduz um empreendimento imobiliário composto por apartamentos que variam níveis de conforto e serviços. É uma moradia confortável e segura para pessoas que não dispõem de tempo para a rotina de uma casa. O flat, diferente de um hotel, proporciona maior comodidade ao usuário, contribui com o convívio social entre os hóspedes, não tem a formalidade característica de um hotel e possui tarifas de diárias menores. Pode ser adquirido para moradia e para investimento pessoal ou empresarial. As vantagens da aquisição de um flat, tanto para moradia quanto para investimento são inúmeras. Investimento com retorno superior ao aluguel residencial O proprietário de Flat pode optar por colocar a sua unidade como integrante do sistema de administração hoteleira conhecida como “pool”, ou administrar a locação diretamente. Neste caso são conhecidas como unidades “fora do pool”. Um Flat tem rentabilidade superior ao aluguel residencial convencional, pois isenta tanto o investidor quanto o usuário de problemas característicos da lei do inquilinato, observando que os flats são regidos pelas normas da hotelaria.
Exemplo de Flat
Quitinete (do inglês kitchenette, “pequena cozinha”) ou Apartamento Studio é – no Brasil – um apartamento de pequenas proporções, formado geralmente por apenas dois cômodos: uma sala-quarto-cozinha e um banheiro, sendo ambos com um espaço extremamente reduzido. Não deve ser confunido com JK que contêm três cômodos. É também comum encontrar grafias alternativas, tais como kitnet, kitnete, kitinete, etc. Normalmente, as pessoas que escolhem morar em uma quitinete levam em conta seu baixo preço e o pouco tempo de ficar em casa, além do pouco trabalho que se leva com a limpeza doméstica. Logo, é de se esperar que existam mais quitinetes nos centros de grandes metrópoles, como Londres, Nova Iorque e Tóquio, pelo fato dos apartamentos serem mais caros nessas localidades.
Apartamento é uma unidade habitacional existente em edifícios multifamiliares e em conjuntos habitacionais. Os apartamentos têm grande variação em seu tamanho: podem ser desde quitinetes (com apenas um quarto-e-sala, um corredor e umbanheiro), unidades de 1, 2, 3, 4 e até mais dormitórios, com um número variável de suítes (quartos com banheiro interno) e degaragens (de nenhuma – como em prédios antigos, localizados em áreas centrais, até várias, em apartamentos de luxo). Normalmente, é paga uma taxa de condomínio para o síndico do prédio realizar as obras de manutenção e despesas com funcionários. Também são feitas com frequência pré-estabelecida ou quando necessário reuniões de moradores com vista à decisão de assuntos relevantes para o conjunto residencial: estabelecer regulamentos, modificar valor de taxas, instituir fundos arrecadatórios para reformas ou obras.
Vila no Brasil colonial, povoações eram elevadas a vilas, e essas a cidades, de acordo com o sistema português. Por exemplo, em 1560, São Paulo foi elevada à categoria de vila. No Brasil durante muito tempo, a data correta da fundação de municípios antes da proclamação da república era o dia da criação da vila. Com a vila o arraial ou a freguesia adquiria a sua autonomia político-administrativa, passando a constituir uma câmara de vereadores, com direito de cobrar impostos, e baixar “posturas” que eram espécies de leis municipais, recebia ainda um “juiz de fora”, pelourinho e cadeia pública.
O título de cidade, neste tempo, era mais honorífico e pouco acrescentava em termos de organização política e administrativa. Unicamente a presença da câmara indicava a existência da célula político-administrativa. A primeira vila do Brasil foi São Vicente – SP, onde está a câmara municipal mais antiga. Hoje, no entanto, por ter um sistema administrativo diferente do de Portugal, a palavra “vila” não tem valor administrativo no Brasil, sendo usada apenas no sentido informal. Atualmente, o termo “vila” pode designar um conjunto de casas individuais, construídas em um terreno contínuo com uma entrada única e uma alameda (às vezes denominada “avenida”) ou espécie de pequena praça em comum. Nos endereços de correspondência as vilas são designadas por um número único e cada casa é numerada (em algarismos indo-arábicos ou romanos) ou identificada por letra (A, B, C, D…).
Exemplo de Vila