Nos últimos 2 anos, reclama-se muito da ausência deste tipo de comprador. Para onde ele foi? Você vai se impressionar com a resposta, entretanto a sua percepção o fará entender suas consequências.
Antes de informar o seu destino, gostaria de apresentar o meu entendimento sobre essa categoria deste comprador. Em minha opinião, investidor é o adquirente conhecedor do setor imobiliário. É um comprador informado das nuances do negócio e ciente da aplicação que faz no mercado imóveis. O investidor estuda o preço de m² e calcula os valores a serem gastos no futuro, tais como ITBI, escritura definitiva, registro, condomínio e IPTU. A aquisição é realizada através de comparações de regiões e empreendimento, planilhas e estatísticas. Para esse tipo de comprador o imóvel adquirido é um investimento altamente ponderado cujo rendimento futuro será recebido através de aluguéis ou uma possível venda do imóvel pronto e totalmente legalizado.
Este investidor sempre existiu e ainda continua ativo no mercado imobiliário. Nunca sairá de cena e pode ser encontrado diariamente em milhares de negócios.
Porém, na última década, a palavra investidor foi muito pronunciada em imobiliárias e incorporadoras, e de forma deturpada. Esse vocábulo foi aplicado a um nicho que compradores que não possui qualquer relação com o estereótipo supramencionado.
Na visão da última década, o “investidor” tornou-se um comprador de unidade(s) com um único fim: a especulação imobiliária. A operação de compra visava não apenas o lucro do ramo, mas, sobretudo aos das flutuações de preço dos imóveis. Esse “investidor” adquiria o imóvel sem qualquer conhecimento do ramo. Movido por uma forma de pagamento fácil e convidativa, em consequência da pequena poupança durante o período de obra (em torno de 20% a 30% do valor do imóvel), o “investidor” adquiria diversos imóveis em pouco espaço de tempo. Era uma figura cativa em imobiliárias e contratos de promessa de compra e venda. A especulação realizada por esse ser era o repasse do imóvel antes do habite-se para que pudesse auferir uma certa lucratividade. No começo do boom, alguns ganharam dinheiro com essa transação rápida, mas com a estabilidade dos preços esses compradores sumiram. O negócio deixou de ser rentável.
Para corretores e imobiliárias, o resultado foi instantâneo e positivo em curto prazo, uma vez que a venda era realizada e a comissão recebida integralmente pelas partes. Para algumas incorporadoras, essas vendas podres significaram uma gordura em seus balanços, visto que as unidades eram apontadas como vendidas para os seus acionistas. Entretanto, o resultado foi desastroso para o setor. Atualmente muitos estão rescindindo suas “aquisições” junto aos incorporadores pois não possuem condição financeira de arcar com os custos dos imóveis adquiridos.
Muitos corretores e imobiliárias ainda sonham com o retorno dos “investidores”, mas tenham ciência de apenas uma coisa: Eles nunca existiram…