Ufa! A taxa SELIC caiu mais um pouco. Finalmente uma boa notícia para um período tão conturbado. Aparentemente o corte de 0,75% pode não significar tanto, mas os seus resultados serão sentidos em breve.
Um dos principais motivos para a intensa variação na taxa SELIC é a sua forte interferência na economia, principalmente no controle inflacionário e na renda fixa. Por outro lado, uma taxa alta significará sempre recuo dos investimentos e baixo nível de consumo. A tomada de capital em instituições financeiras torna-se uma operação mais cara, o que reflete diretamente no nível de consumo da sociedade e empreendedorismo.
A Taxa SELIC e o mercado imobiliário
A taxa SELIC é um dos termômetros do mercado imobiliário; diretamente para o financiamento imobiliário de imóveis com valores de venda acima de R$ 750 mil (SFI – Sistema Financeiro Imobiliário), e indiretamente para os imóveis enquadrados no SFH (Sistema Financeiro de Habitação).
Com o aumento gradual da taxa SELIC nos últimos anos, as taxas de juros do SFH (imóveis financiados com recursos da poupança) também foram reajustadas, mesmo não havendo relação entre elas. Por lei, as taxas de juros do Sistema Financeiro de Habitação não podem ultrapassar 12% ao ano, mas sempre sofrem o impacto da mudança da economia brasileira. Nos últimos 2 anos, a taxa de juros para financiamento de imóveis até R$ 750 mil já subiu 20%, em média.
Já os juros de contratos de financiamento do Sistema Financeiro Imobiliário, acumulam alta de 30%.
Sem dúvida, o aumento direto das taxas de juros diminuem a evolução dos contratos de compra e venda. O Financiamento torna-se uma alternativa cara, e conseqüentemente, diminuem exponencialmente a velocidade do mercado de imóveis.
Outro malefício causado pelo aumento da Taxa SELIC é o congelamento de novos investimentos. Vamos a um conceito básico em economia: “Só vale a pena investir em um negócio se a rentabilidade for superior ao custo de financiamento. Senão, melhor nem tirar do papel”. Esse é o dilema atual do mercado imobiliário brasileiro. Exemplificando, se o cliente mantiver o valor aplicado, conseguirá pagar um possível aluguel e ainda sobrará reserva para novas aplicações. Na mistura desses conceitos o resultado será sempre uma estagnação de novos negócios.
O que esperar para o futuro?
O mercado imobiliário como qualquer outro negócio no País está apto a receber impactos externos e sofrer variações. Com a queda da Taxa SELIC, em curto prazo, teremos uma leve redução nas taxas de juros de financiamentos, o que deverá ser anunciada nos próximos dias pelas instituições financeiras.
Em médio prazo, e caso a taxa SELIC mantenha viés de baixa, teremos o início da inversão dos modelos de investimentos. Se a população tiver confiança e respaldo para investir em novos negócios, em detrimento ao rendimento da renda fixa, com certeza teremos o início de uma pequena reativação.
Sabe o final do túnel? Pois é, já tem uma lâmpada fraquinha brilhando lá no final…