De fato, está difícil para todo mundo. Todos os ramos enfrentam severas mudanças em seus faturamentos. As vendas despencaram, a procura diminuiu, o crédito está mais restrito, entre outros.
A crise está presente em nossas profissões, e em conseqüência, contaminam o ambiente familiar, forçando todos a repensarem na melhor saída para esse momento.
Infelizmente não existe uma matemática exata ou uma equação mirabolante que solucione todos os problemas do mercado. Todos nós precisamos estudar a forma mais perfeita de convívio neste momento de arrocho.
Normalmente uso a seguinte máxima com meus clientes e colaboradores: “A crise é como um mar agitado: se você nadar contra, acabará afogando-se; porém se você simplesmente seguir a corrente, chegará ileso ao final do percurso”.
Ou seja, para que brigar contra um movimento que está arrasando a nossa economia se você pode buscar uma solução com as ferramentas que possuímos?
O mercado imobiliário
Vamos começar com uma afirmação direta e simples: o imóvel é um excelente investimento, se houver dedicação de sua parte. Não adianta pensar que o retorno imobiliário é uma consequência imediata e de fácil proveito. Na última década, com a popularização da compra imobiliária, muitos empreendedores tiveram uma percepção errônea do retorno de nosso setor. De forma deturpada e precipitada, construiu-se no mercado um “novo investidor”: arrojado comprador de unidades na planta com um propósito único de realizar uma posterior venda em curto prazo. Ou seja, o especulador imobiliário.
Diferentemente do “velho investidor”, o novo ente visava somente o lucro rápido ofertado pelo mercado. Movido por uma forma de pagamento fácil e convidativa, em conseqüência da pequena poupança durante o período de obra (em torno de 20% a 30% do valor do imóvel), o “novo investidor” adquiria diversos imóveis em pouco espaço de tempo.
Por um breve período, a fórmula mágica pode ter resultado em ganhos rápidos para poucos. Entretanto, para grande parte o trabalho especulativo terminou sem o retorno esperado. O rompimento da corrente dos “novos investidores” foi gerado pela natural e previsível queda dos repasses durante a obra. Desse modo, e seguindo os trâmites normais de uma aquisição, os imóveis comprados de forma desconhecida e imponderada foram repassados aos seus novos donos após o término da construção. O resultado foi um grande grupo de pessoas decepcionadas por não terem seguido as regras do sucesso imobiliário.
Qualquer investidor que se preze deve dedicar um período para a compreensão fundamental do novo setor em que se quer empreender, e não apostar em uma possível roda especulativa. O saldo negativo dos “novos investidores” foi resultado da falta de dedicação e do excesso de confiança, que findaram em investimentos sem o ímpeto continuísta do “velho investidor”.
Além dos custos habituais de manutenção imobiliária, o “velho investidor” se dispõe a realizar benfeitorias e melhorias contínuas em suas aquisições. Na locação, por exemplo, a possibilidade de se alugar um imóvel cresce exponencialmente se o mesmo possui diferenciais em comparação ao estoque do mercado. Cada centavo investido na unidade reflete rapidamente em seu retorno. O resultado da dedicação e perseverança em seu patrimônio é capaz de transformá-lo sempre num investimento altamente rentável e seguro.
A rentabilidade na crise
Em meu dicionário, imóvel é o bem patrimonial adquirido através de investimento de moeda corrente para ganhos futuros. O retorno instantâneo esperado pelos “novos investidores” não condiz com o nosso mercado. Como profissional do ramo, tenho ciência de que a busca pelo resultado faz parte de qualquer negócio, porém temos que considerar que vivemos num período atípico e economicamente crítico.
É óbvio que nem o “velho”, e muito menos o “novo investidor”, terão os resultados desejáveis inicialmente. Em momentos de crise, precisamos realinhar nossos possíveis ganhos e repensar a melhor forma de girar o investimento realizado.
Muitos ainda são contra a redução drástica do valor da locação por exemplo. Ainda lutam por preços astronômicos e não condizentes com a situação econômica atual. Lembre-se do ditado que citei acima: “A crise é como um mar agitado: se você nadar contra, acabará afogando-se; porém se você simplesmente seguir a corrente, chegará ileso ao final do percurso”.
Alugue seu imóvel com mais rapidez
É necessário reestruturar e replanejar sua aquisição imobiliária em curto prazo. Se você não baixar o valor de sua locação, não irá locar, e continuará remando contra a maré da crise. Adapte-se às condições atuais.
Para você que não quer se desfazer de seu patrimônio, siga esta cartilha para viabilizar o seu investimento imobiliário:
1 – Invista em seu imóvel. Realize benfeitorias. Coloque um piso de boa qualidade (muitos imóveis são entregues em osso) e luminárias. Se o orçamento permitir, instale também um aparelho de ar condicionado. Facilite a entrada do futuro inquilino. Ninguém gosta de ficar fazendo obra, ainda mais quando o imóvel não lhe pertence.
2 – Estude o preço de sua locação. Atualmente o mercado está em recessão, forçando, naturalmente, os preços para baixo. É melhor receber um pouco menos, do que ficar pagando mensalmente as taxas de condomínio e IPTU.
3 – Faça contratos mais curtos. Já que o seu desejo é livra-se apenas de uma dívida mensal de condomínio e IPTU, proponha prazos de locação menores. Alugue por 15 ou 20 meses. Se após esse período a crise ainda persistir, proponha a revalidação contratual nas mesmas condições, caso contrário comece a adaptar o preço aos novos parâmetros da economia.
4 – Aceite outros tipos de garantia locatícia. Muitos locadores ainda discriminam as garantias oferecidas no mercado. Além do fiador e do seguro fiança, existe a garantia caução de 3 meses do valor do aluguel. Nos últimos anos, o depósito caução cresceu exponencialmente e tornou-se a garantia locatícia mais usada no mercado.
5 – Use a carência como instrumento de fechamento de locação. Em alguns casos, alguns dias de carência no valor do aluguel é o empurrão que falta para viabilizar o seu negócio.
Adquirir um imóvel é uma consequência em nossas vidas, seja para investimento ou para moradia. No entanto, é necessário dedicar-se para transformá-lo numa potência econômica. Não espere por soluções mirabolantes ou métodos de ganho fácil. A solução está sempre em suas mãos. Por falar nisso, imóvel mal administrado é dinheiro parado.


