“Não existe bolha, muito menos esgotamento do mercado imobiliário. Acredito em problemas corriqueiros e na competência humana em buscar soluções plausíveis e quebrar paradigmas de trabalho.”
Nos últimos meses, escutamos diariamente notícias incertas sobre o andamento do mercado imobiliário: aumento de juros, restrição do crédito e queda nas vendas. Muitos já começam a expressar um desânimo e a intenção de desistir de tudo.
Todos nós, jogadores do time do mercado imobiliário, estamos sentindo os efeitos negativos e dificuldades momentâneas. Entretanto, o desânimo psicológico não é exclusivo do setor de imóveis: todos os ramos sofrem com o marasmo macroeconômico. Em suma, não foi só você quem não vendeu um imóvel, o representante da concessionária também não deve ter vendido e o lojista também ficou longe de sua meta de vendas.
Abdicar e abandonar são verbos que não devem fazer parte de nossas vidas. Cabe a nós repensarmos nossas últimas atitudes e prepararmos o terreno para a próxima década. A dificuldade é um vocábulo pertinente à nossa sociedade, está presente em todos os negócios e até mesmo nossas vidas particulares.
Em minha opinião, não se vence um problema com cargas de espetaculares de pensamento positivo ou através da descrença de uma crise. As dificuldades são superadas com soluções e criações. Se existe um problema que bate a porta de nossas vidas, nosso dever é recebê-lo, entendê-lo e solucioná-lo. Atualmente, considero que o mercado imobiliário deva pensar e buscar soluções viáveis para 2 questões:
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Distratos
O fator crise e diversos outros pontos esquecidos ou ignorados nos últimos anos vem alimentando a quantidade de distratos. Vejamos uma lista de fatores que contribuíram para esse estágio: a incerteza do cenário econômico, alteração das regras de concessão de crédito, falha em análises de crédito, taxas, registros e diferença do saldo devedor pagos na entrega das chaves, disparidade na avaliação do imóvel e alto percentual a ser devolvido no distrato ao cliente.
Leia reportagem completa: Distratos: o gargalo do mercado imobiliário
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Sustentabilidade do financiamento imobiliário
Na última década o mercado imobiliário teve como pilar de crescimento os recursos da caderneta de poupança que responderam por aproximadamente 70% dos contratos de financiamento. Em momentos de transição econômica, tal como o aumento da taxa SELIC, o principal financiador do mercado se vê ameaçado em virtude da fuga de bilhões de reais da caderneta que deixou de ser tão atrativa como nos últimos anos.
Leia reportagem completa: Poupança já perdeu R$ 32,280 bilhões em 2015. Entenda seu impacto no setor imobiliário
Nas reportagens acima, o Resumo Imobiliário aborda os temas de forma intrínseca e aponta diversas soluções para os dilemas.
Recentemente o mercado imobiliário enfrenta os problemas supramencionados. São temas novos e nunca antes enfrentados no mercado imobiliário brasileiro. A continuidade do crescimento depende exclusivamente do debate amplo de modelos e conceitos novos. Literalmente, vivíamos numa década perfeita, onde o crédito era fácil e o distrato era raro, porém estamos no meio de uma tempestade perfeita a qual engloba problemas econômicos, políticos e burocráticos que realçam os dilemas enfrentados.
É certo que uma hora ou outra eles brotariam e demandariam nossa capacidade técnica e inteligência para resolvê-los. E assim o faríamos.
Sobre o mercado imobiliário, não se preocupem, ele não acaba, apenas se adapta. Não existe bolha, muito menos esgotamento do mercado imobiliário. Acredito em problemas corriqueiros e na competência humana em buscar soluções plausíveis e quebrar paradigmas de trabalho. Enfim, para tudo nesta vida existe uma solução.